sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

SAUDADE

Saudade



Numa tarde de Agosto
Na praia de Matosinhos
Te conheci
Alta e bonita
Logo te reconheci
Como sendo
A eleita do meu olhar.
Tinha 19 anos
E o mundo aos pés
Raparigas aos pontapés
Mas foste a rapariga
De quem mais gostei
Namorei e
Mais gostei ainda
Um amor sem limites.
Parti
Angola foi o destino
Foi o destino de muitos
Como eu
Para quê não sei
De nada me valeu gostar de ti
Tive que embarcar
Para longe
Muito longe
Tive que te deixar
Morri de saudades
Mas parti
Cartas e mais cartas
Diariamente escrevi
E recebi
Cartas sem fim
Com lágrimas escrevi
E recebi
Saudades muitas
Mas que fazer
Tinha que ser
De férias voltei
11 meses depois
Voltamos a namorar
Apenas nos separávamos
Para dormir
Tinha que ser
Outros tempos…
Voltei a partir
30 dias passaram
Voaram
Não podia ser
Mas era, tinha que voltar
E logo
Quando de mim
Mais precisavas
Adoeceste, passaste mal
O doença era grave
Tão grave que
Não esperaste que
Voltasse…
Partiste
Antes que eu chega-se
Abandonaste-me
Para sempre
Sem que pudesse dar-te
Um último beijo de despedida
Partiste
Fiquei só
Na penumbra do capim
Na escuridão da sanzala
Na presença dos companheiros
Chorei
Não tinha mais ninguém
Queria um ombro amigo
Mas que mal fiz, pensei
Passei
9 meses acabrunhado
Mas resisti
Á tristeza acenei
E não descambei
Triste por te perder
Mas feliz por te merecer
E nunca esquecer
36 anos depois
Ainda te recordo
E a felicidade de ter
Conhecido
Uma alma grande
Como a tua.

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